top of page
MDMA.png
LSD 2.png

Dietilamida do ácido lisérgico

LSD

Metilenodioxi-metanfetamina

MDMA

Semelhante a outros alucinogénios clássicos (LSD e MDMA), os efeitos da mescalina resultam da interferência com os mecanismos neuronais serotoninérgicos, pela sua ação agonista [1, 2].

A ação da mescalina é feita principalmente a nível dos recetores da serotonina 2 (5-HT2), com afinidade para os subtipos 5-HT2A e 5-HT2B relativamente baixa comparada com o subtipo 5-HT2C (para o qual é um agonista total) [2]. Os recetores 5-HT2 medeiam neurotransmissões excitatórias e estão acoplados à proteína Gq que ativa a fosfolipase C, esta hidrolisa o fosfatidilinositol-4,5-bifosfato (PIP2) em inositol-1,4,5-trifosfato (IP3) solúvel, resultando no aumento dos níveis de IP3 citosólico. Posteriormente, o IP3 ativa os canais de cálcio do reticulo endoplasmático, levando a um aumento do níveis de cálcio citosólico [2, 3].

Camada cortical V

Camadas corticais profundas

Tronco cerebral

Neuronios.png

Figura adaptada de [5]

A convergência de evidências de estudos farmacológicos, eletrofisiológicos e comportamentais em animais sugerem que os efeitos produzidos pelos alucinogénios clássicos, como a mescalina, têm origem sobretudo nos recetores 5-HT2A localizados nos neurónios piramidais corticais do córtex pré-frontal [3, 4].

A estimulação dos recetores 5-HT2A pós-sinápticos presentes nos neurónios piramidais das camadas corticais profundas (que se projetam para os neurónios piramidais da camada cortical V) leva ao aumento dos níveis de glutamato extracelular no córtex pré-frontal. Esta libertação de glutamato leva à ativação dos recetores do ácido α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazolpropiónico (AMPAR) e do N-metil-D-aspartato (NMDAR) [3, 4].

Além disso, a mescalina ativa diretamente recetores 5-HT2A localizados nos neurónios piramidais da camada cortical V [4]. Tudo isto culmina na amplificação dos potenciais pós-sinápticos excitatórios, responsáveis pelas distorções das funções cognitivas, percetivas e afetivas [3, 5].

A ação a nível do recetor 5-HT2C, associado a respostas de ansiedade, também pode contribuir para o efeito alucinogénio [5].

Referências bibliográficas

[1] Tófoli, L. F., & de Araujo, D. B. (2016). Treating addiction: Perspectives from EEG and imaging studies on psychedelics. In International review of neurobiology (Vol. 129, pp. 157-185). Academic Press. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27503452)

[2] Dinis-Oliveira, R. J., & Pereira, C. L. (2018). Pharmacokinetic And Pharmacodynamic Aspects Of Peyote And Mescaline: Clinical And Forensic Repercussions. Current molecular pharmacology. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30318013)

[3] Nichols, D. E. (2004). Hallucinogens. Pharmacology & therapeutics, 101(2), 131-181. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14761703)

[4] Vollenweider, F. X., & Kometer, M. (2010). The neurobiology of psychedelic drugs: implications for the treatment of mood disorders. Nature Reviews Neuroscience, 11(9), 642. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20717121)

[5] Aghajanian, G. K., & Marek, G. J. (1999). Serotonin and hallucinogens. Neuropsychopharmacology, 21(S1), 16S. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10432484)

Sinapse 2.png

Figura adaptada de [2]

© 2019 by Ana Rita Gomes | Joana Cardoso | Nuno Guedes

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo 2018/2019 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Professor Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do

Laboratório de Toxicologia da FFUP

bottom of page